A presidente da Asmeto, Julianne Marques, os magistrados Luis Otávio de Queiroz Fraz, Jocy Gomes de Almeida, Gilson Coelho Valadares e Allan Martins Ferreira, participaram do VI Encontro Nacional de Juízes Estaduais que aconteceu em Porto Seguro, na Bahia.
O ministro Ricardo Lewandowski realizou a palestra de abertura na quinta-feira (3) e ressaltou a relevância da filosofia para a evolução do ser humano. “A juventude já não tem mais acesso aos grandes pensadores. Sou admirador dos filósofos pré-socráticos. Esses pensadores foram os grandes sistematizadores da filosofia, do pensamento ocidental”.
Em sua palestra, Lewandowski ainda discorreu sobre política e o papel da sociedade e fez um balanço do seu trabalho nos dois anos que conduziu o STF e CNJ. Segundo o ministro, é preciso valorizar os juízes de primeiro grau, é preciso ter visão da base do Judiciário.
“Eu tenho um sonho de ver a magistratura brasileira forte, unida, independente, à altura dos relevantíssimos serviços que ela presta para a sociedade brasileira, em especial, conferir estabilidade às instituições republicanas e pacificar o País. É isso que nós fazemos no nosso trabalho anônimo, diuturno, mas seguro, em prol de todos os brasileiros. Estou convencido de que nós só não mergulhamos numa crise social mais profunda porque os 17 mil magistrados brasileiros estaduais, federais, trabalhistas e militares cumprem o seu dever nos mais distintos recantos deste País zelando para que reine harmonia entre os nossos concidadãos”, disse.
Ao final da palestra, o presidente da AMB, João Ricardo entregou uma placa de homenagem ao ministro Ricardo Lewandowski em reconhecimento pelo trabalho desenvolvido por ele na condução do Supremo e CNJ.
Durante a programação, renomados palestrantes discorreram sobre os Desafios do Novo CPC; Ética: Desafio do Pensamento e da Ação na Sociedade Contemporânea; “Combate à Corrupção – Experiência Italiana e Brasileira”; entre outros assuntos apresentados por nomes como: Juiz Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato; Gherardo Colombo, um dos responsáveis pela Operação Mãos Limpas.
A programação científica foi encerrada com a juíza Martha Halfed, do Tribunal de Apelação do Sistema de Justiça interna da ONU, e o Corregedor Nacional da Justiça, ministro Otávio Noronha, que afirmou: “Só tem autoridade o magistrado independente que não tem vínculo com nenhum seguimento. Esse é o juiz independente. Esse é o juiz que a sociedade espera”. Ele abordou a importância da magistratura e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), durante o evento que foi realizado em Porto Seguro e Arraial d’Ajuda, na Bahia.
O ENAJE teve seu encerramento com o debate entre os candidatos à Presidência da AMB, Jayme Martins de Oliveira, Michel Cury e Gervársio Protásio, o qual foi transmitido pela internet, com participação de vários magistrados.
Para a Presidente da ASMETO, Julianne Marques, o evento foi positivo. “O ENAJE propiciou o encontro de magistrados de todas as regiões do país, os quais puderam assistir palestras de pessoas renomadas. Seria interessante, porém, que o formato do evento permitisse amplo debate entre os colegas sobre temas afetos ao Poder Judiciário, como prerrogativas, projeto da LOMAN, projeto do novo CPP, estrutura da carreira, dentre outros. O debate dos temas de interesse da magistratura num evento deste porte, patrocinado pela associação nacional, com certeza traria benefícios para todos os associados, com a união da classe.”