Magistrados do Estado do Tocantins publicaram seus textos no livro "A Justiça Além dos Autos" que a ministra Nancy Andrighi lançou no dia 23 de agosto, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), antes do início da 236ª Sessão Ordinária, que foi também a última sessão como corregedora nacional de Justiça.
O livro, organizado pela ministra em homenagem à magistratura brasileira, reúne, em 504 páginas, 173 casos peculiares vivenciados por magistrados de todo o país no exercício de sua atividade. Histórias selecionadas pelos coordenadores do projeto, desembargadores Fátima Bezerra Cavalcanti (TJPB) e Pedro Feu Rosa (TJES) e o juiz Álvaro Kalix Ferro.
Os juízes do Estado são Luiz Otávio de Queiroz Fraz com o texto, Osmarina, Brincando de casamento, O cara de cavalo e o Policial ciumento; Odete Batista Dias Almeida com o texto, Causo do Judiciário e Gilson Coelho Valadares com o texto, A mão de Deus.
“São situações vivenciadas nos meandros de cada instituição, que refletem as esferas individuais, os fatos corriqueiros, e até repetitivos, das facetas e dos rincões brasileiros”, define a ministra no prefácio. “São casos próprios do relacionamento social, os quais merecem ser divulgados e ponderados, numa demonstração de que as emoções jamais cederão lugar às máquinas e às técnicas da modernidade”, continua.
Para a ministra, os passos dados pelos juízes, no exercício da profissão, vão muito além dos conceitos técnico e legais conhecidos na doutrina. Muitas vezes os magistrados funcionam como psicólogo, médico, terapeuta, investigador e, sobretudo, conciliador. O jurisdicionado, por outro lado, não é apenas uma parte, um litigante, mas um oprimido, agoniado, aperreado e desorientado no trato de suas querelas. “Esse quadro brasileiro exige da magistratura estadual uma grande dose de humildade, de discernimento, de paciência, de zelo e de humor”, entende Nancy Andrighi. E, certamente, rende muita história para contar.
Com informações da Corregedoria Nacional de Justiça